História
Em Resident Evil 6, ao contrário
da maioria dos jogos da série, não temos apenas uma campanha principal mas sim
quatro campanhas à nossa disposição sendo que uma delas é desbloqueada apenas
depois de completarem as restantes três (campanha da Ada Wong). No entanto e
antes de escolherem por qual campanha começarão (podem jogar as três ao mesmo
tempo se quiserem, apenas têm de escolher uma ordem inicialmente) tem de passar
primeiro o prelúdio que na realidade corresponde a um segmento da campanha do
Leon e que serve apenas como uma espécie de tutorial. A seguir sim, é vos dada
a opção de escolherem por qual campanha iniciaram a vossa jornada.
A campanha do Leon e da Helena
(uma das novas personagens de Resident Evil 6 e aquela que acompanhará Leon até
ao fim) tem início numa Universidade em Tall Oaks (Estados Unidos) onde o
presidente iria realizar um discurso à comunidade do país e para o qual havia
convidado todas as pessoas que residiam nos Estados Unidos (incluindo claro o
Leon e a Helena). Basicamente o presidente pretendia revelar aos habitantes o
que tinha acontecido exactamente em Raccon City em 1998, correndo-se o risco de
que os Estados Unidos deixassem de ser vistos como a maior potência mundial. No
entanto e antes que tal aconteça a Universidade é “infectada” pelo C-vírus (um
novo vírus criado pela neo-Umbrella), com a intenção de que o presidente se
transforme em Zumbi e não chegue a revelar a verdade.
Perante tal incidente, Helena,
que de certa forma era culpada pelo o que iria ocorrer tentou avisar todos
aqueles que se encontravam na Universidade, todavia, e devido ao péssimo
historial de Helena ninguém lhe deu atenção, a não ser Leon, que acreditou no
que ela lhe disse e não tardou em assegurar-se de que o presidente seguia no
seu estado normal. Infelizmente Leon, acompanhado de Helena, chega tarde demais
vendo-se obrigado a disparar sobre Adam (o presidente) que se encontrava já
transformado, o que complica a situação.
Hunnigan (agente do governo dos
Estados Unidos e responsável por coordenar Leon durante as suas missões a cabo
do governo) entra em contacto com Helena de forma a pedir justificações para o
ocorrido, desconfia que a mesma possa estar envolvida uma vez que tal como os
outros, Hunnigan sabe que Helena cometeu erros no passado. Helena limita-se a
informar-lhe que o Leon tem pistas para descobrir o implicado/implicados nesta
situação sendo que, ainda que desconfiado, o mesmo afirma que sim. A partir
daqui não resta outra opção a Leon a não ser permanecer com a Helena e
seguir-lhe até à Catedral de Tall Oaks que de acordo com a mesma é a chave para
este ataque.
Já a campanha do Jake (filho de
Albert Wesker e um dos novos personagens em Resident Evil 6) e da Sherry
decorre inicialmente seis meses antes da do Leon (que começa a 29 de Junho de
2013) e da do Chris (tem início a 30 de Junho de 2013) mais precisamente no dia
24 de Dezembro de 2012. Jake, é um mercenário e encontra-se a viver na Edónia
com um pequeno grupo de pessoas até que um dia uma mulher faz-lhes uma visita e
oferece-lhes umas injecções convencendo-os claro de que as devem tomar. Os
companheiros de Jake após a injecção começam a pouco e pouco a sentirem-se
estranhos e a transformar-se em Javo´s (nome que o portador do C-Virus adquire
assim que o vírus começa a surgir efeito e a ocorrerem mutações no seu corpo)
enquanto que a Jake a mesma não tem qualquer efeito.
A segurança nacional
apercebendo-se das actividades da neo-umbrella na Edónia envia Sherry Birkin a
recolher Jake Muller e a traze-lo para os Estados Unidos visto este, segundo a
mesma, possuir anticorpos capazes de impossibilitar o evolucionamento do
C-Virus, ou seja, Jake é visto como a salvação para a humanidade uma vez que a
neo-umbrella, como já sabe que o vírus resulta, poderá utilizá-lo futuramente,
causando o caos e a morte de vários indivíduos.
Sendo assim Sherry encontra Jake
e após explicar-lhe a situação ele aceita acompanha-la até aos Estados Unidos e
ceder o seu sangue por uma quantia exacta de 50 milhões de dólares. No entanto
as coisas complicam-se quando ambos reparam que a neo-umbrella não os deixará
em paz enquanto não os capturar (principalmente Jake por ser a cura para o
vírus).
Por fim e relativamente à
campanha do Chris em termos de história, a mesma, tem início, com Chris a levar
uma vida como bêbado de modo a esquecer as amarguras e os erros que cometeu /
as situações que não conseguiu evitar no passado. Um dia Piers (um soldado
pertencente à BSAA, organização contra o bioterrorismo da qual Chris faz parte
e inclusive é o capitão) encontra-o, apôs 6 meses de procura intensiva. No
entanto, Chris encontra-se num estado amnésico não se conseguindo lembrar de
quase nada, nem mesmo de Piers.
Ainda assim e depois de uma
grande discussão entre os dois Chris retoma à BSAA (da qual ainda se recorda) e
ambos partem para a China com o objectivo de salvar uns organizadores da ONU,
sequestrados por Javo´s. Durante esta missão Chris não saberá ao certo o que
estará a fazer devido à perda de memória pelo excesso de álcool. Por outro
lado, a história de Chris, fará sentido,visto que iremos saber o que aconteceu
exactamente seis meses antes (através não só de cinemáticas mas também de
sessões de jogo).
Assim que Chris e nós jogadores
soubermos o que ocorreu no passado, saberemos melhor o porquê de eles se terem
deslocado para a China (Chris perceberá que para além dos organizadores da ONU
existe uma enorme prioridade na China a realizar e que está relacionada com o
seu passado). Eis que a partir deste momento Chris e Piers embarcam numa missão
de extrema importância e na qual não há possível margem de erro.
Quanto às quatro campanhas a
única informação acerca da história que há a reter mais é que existirão
cruzamentos entre os personagens das 4 campanhas, sendo que a história possui
uma enorme escala visto tratar de assuntos a nível mundial.
Tudo fará sentido após jogarem as
4 campanhas (principalmente a da Ada já que esta preencherá os “buracos”
presentes nas outras três campanhas) e sem dúvida notarão o quanto a capcom
esmerou-se neste aspecto apresentando uma história complexa e bem articulada.
Som
Em termos sonoros Resident Evil 6
encontra-se num patamar elevadíssimo sendo que o trabalho vocal é excepcional e
a banda sonora cumpre muito bem o seu papel, apresentando inúmeras músicas de
qualidade e que combinam com as situações presenciadas durante o jogo.
Gráficos
Relativamente aos gráficos não há
muito a dizer, basta olharmos para as personagens, para os cenários, para os
efeitos como explosões, que reparamos que a capcom caprichou e que para além de
estarmos perante um jogo com uma qualidade visual bastante boa estamos
sobretudo perante um jogo com uns detalhes impressionantes, e isso, isso é que
é surpreendente, os pormenores visíveis em cada objecto, personagem ou inimigo.
Jogabilidade
Sobre a jogabilidade há muito que
se diga: Primeiro, em termos de liberdade de movimentos, estamos perante um
jogo que nos deixa deslizar pelo chão; executar uma enorme variedade de golpes
(cada personagem possui os seus próprios golpes); atirar e andar ao mesmo tempo
(algo que muita gente sempre pediu para a Capcom incluir na série); rolar pelo
chão, estando deitado no mesmo e atirar estando também deitado no chão;
Segundo, e apesar de não existir
ainda assim o equilíbrio perfeito entre acção e tensão/terror a Capcom
conseguiu com a campanha do Leon e com a da Ada criar uma certa tensão, principalmente
se jogarem em dificuldades mais elevadas (difícil ou profissional). Já na do
Jake ainda que a acção predomine a produtora também conseguiu, ainda que
raramente, criar um clima de tensão, maioritariamente devido à existência de
ustanak nemesis, o qual perseguirá Sherry e Jake em certos momentos da campanha
deles. E por fim e quanto à do Chris esse clima de tensão foi completamente
abolido sendo que a campanha é na sua íntegra recheada de acção, ainda que seja
variada e apresente bastante qualidade.
Em terceiro lugar há que referir
que o dinheiro presente em Resident Evil 4 e 5 foi substituído por pontos de
habilidade que conseguimos por matar inimigos, em baús, ou por jogar “os
mercenários”. Com esses pontos podemos adquirir inúmeras habilidades para os
nossos personagens, no entanto, e de cada vez só poderemos equipar três
habilidades até completarmos uma das campanhas e desbloquearmos a opção de
personalizarmos até oito conjuntos, cada um com três habilidades, e de podermos
trocar entre ambos durante o jogo). Como o dinheiro não existe em Resident Evil
6 é também importante reter que as armas e objectos agora encontram-se apenas ao
longo das campanhas (estilo os primeiros jogos da série).
Em quarto lugar há que reparar-se
que apesar destas mudanças algumas coisas continuam intactas relativamente a
Resident Evil 5 como a existência de emblemas para coleccionar (são 80 ao todo,
20 em cada uma das campanhas) e a existência do modo “ os mercenários” que
desta vez encontra-se melhor devido às melhoras de jogabilidade e ao contrário
de Resident Evil 4 e 5 está disponível desde o princípio. Para quem não sabe no
modo “ os mercenários” o nosso objectivo é eliminar o maior número de inimigos
possíveis dentro de um limite de tempo sendo que ao final de cada partida somos
premiados com um rank, de acordo com a nossa pontuação, que tanto pode ser “D”,
“C”, “B”, “A” ou “S”. Para assegurarmos uma elevada pontuação o segredo é
mantermos um elevado combo (ir matando os inimigos de forma seguida), mas por
outro lado, e ao contrário dos outros jogos temos um limite de inimigos por
fase e como tal um limite de combos que neste caso é de 150. Logo a única forma
de os jogadores que obterem combo 150 diferenciarem-se uns dos outros é
utilizar o bónus de combo, que faz com que durante um tempo os inimigos que
matarem vos dêem mais pontos.
Por último e quanto a
jogabilidade falta referir que a câmara nem sempre responde na perfeição
havendo momentos em que a mesma atrapalha-nos e faz-nos morrer sem razão; o
jogo está repleto de quick-time-events (para quem não sabe são sequências de
botões que o jogo exige que cliquem na hora certa para realizarem determinadas
acções com os personagens como disparar, esquivar, saltar) que por vezes também
não respondem na perfeição sendo que por mais que cliquem no botão certo o jogo
assume o contrário e terão de recomeçar outra vez, no entanto, nestes casos
começamos exactamente antes do botão aparecer, ou seja, nada que interfira
muito na experiência; as ervas agora correspondem a comprimidos, ou seja, uma
erva verde é um comprimido, duas ervas verdes juntas correspondem a 3
comprimidos, já 3 ervas verdes juntas correspondem a 6 comprimidos e uma verde
e uma vermelha juntas correspondem também a 6 compridos, que terão de utilizar
para restabelecer a vida da personagem com que estão a jogar (a personagem
controlada pela inteligência artificial ao contrário de Resident Evil 5 nunca
morre). Basicamente cada personagem possui cinco quadrados de vida e um
comprimido é capaz de restaurar um quadrado; as vossas balas e ervas agora são
escassas ao longo das várias campanhas (isto claro se jogarem em difícil pelo
menos) sendo que necessitarão de fazer grandes poupanças para sobreviverem;
existe um novo extra para além dos mercenários intitulado de “caça agente” no
qual assumimos o papel de um inimigo e temos como objectivo, juntamente com os
restantes inimigos controlados pela inteligência artificial, matar o
protagonista. Ao seleccionarmos esse modo somos automaticamente conectados com
um determinado jogador que esteja a jogar online e que tenha a opção “ modo
agente ligado” sendo que depois o inimigo que iremos controlar depende única e
exclusivamente do cenário / capítulo / campanha onde essa pessoa esteja. Uma
partida só termina quando nós, ou os outros inimigos matarmos um dos
protagonistas ou eles acabarem o capítulo no qual estão; se jogarem online com
uma pessoa e não com a inteligência artificial, as ervas, balas, emblemas que
encontrarem, serão multiplicados, ou seja, se eu encontrar um spray de
primeiros auxílios, a pessoa que está a jogar comigo também encontrará o mesmo
spray sendo que nós os dois ficaremos com um spray para utilizar; e em termos
de longevidade o jogo ronda as 30 horas sem contar com o tempo que poderão
usufruir nos extras como os “ mercenários” ou a repetir numa dificuldade
superior ou mesmo a conseguir os troféus.
Pontos
Fortes:
- Narrativa
complexa, interessante e bem formulada;
- Muita variedade e conteúdo;
- Trabalho sonoro excepcional;
- Cenários e personagens
apresentam um detalhe impressionante;
- Jogabilidade bastante
satisfatória e muito fluída;
- As batalhas contra os bosses
são épicas;
Pontos
fracos:
-
A
câmara por vezes não responde bem;
- Ao utilizarem o sistema de
cobertura é normal a imagem ficar desfocada;
- Mortes desnecessárias por
falhar quick-time-events que por vezes não fazem sentido;
- Servidores online nem sempre
funcionam bem pois às vezes é complicado juntar a uma partida no modo “ os
mercenários” ou no “ caça agente”, para além dos bugs constantes que ocorrem
nas partidas
- A campanha do Chris por vezes
exagera na acção
Verídico:
História (95): Provavelmente o
melhor jogo da franquia neste aspecto pelo facto de a história conseguir
prender de tal forma o jogador que o mesmo sente um incentivo forte para
avançar e descobrir o que acontecerá, algo que não acontece com tanta
frequência na série. Para além disso acrescenta-se a isto uma complexidade e ao
mesmo tempo qualidade no conteúdo da mesma.
Som (95): Banda sonora e vozes
excelentes.
Gráficos (90): Detalhes
impressionantes acompanham um visual com bastante qualidade resultando num jogo
visualmente superior a Resident Evil 5. Peca apenas por falhas na imagem em
sistema de cobertura e uma ou outra rara falha técnica, mas nada que tire o brilho
a esta componente.
Jogabilidade (90): Muita variedade
e qualidade são as palavras que definem Resident Evil 6 neste aspecto.
Apresenta alguns defeitos é verdade mas apesar dos mesmos é sem dúvida muito
divertido de se jogar, os controlos respondem na perfeição e reúne muito
conteúdo num só jogo.
Nota
Final: 93 (Resident Evil 6 foi uma forte aposta da Capcom, já que
está investiu imenso dinheiro na produção do jogo, e como tal pode-se concluir
que valeu a pena este investimento pois a capcom não só ofereceu-nos um jogo
mas sim uma experiência inesquecível em todos os aspectos, afirmando-se assim
como um dos melhores jogos da série. Obrigatório para qualquer fã da franquia
(principalmente para aqueles que gostaram do estilo de Resident Evil 4 e 5) e
para os amantes de jogos de acção com uma pitada de tensão e uma história com
muita qualidade).
Escrito por: Leandro Baptista
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